O tempo fechou, a luz apaga. Pelo menos esse é o relato de dezenas de moradores do bairro Santa Amália em mensagens enviadas à redação da TRIBUNA DO INTERIOR. Com a aproximação do verão, as queixas têm sido mais frequentes. Os moradores se queixam que mesmo em dias em que o fornecimento parece normal em outros bairros, o Santa Amália sofre com a falta de luz.
“Ventou, falta luz. Uma ou duas trovadas, acaba a luz. A gente vê o Alto do Rio Bonito todo iluminado e a gente sem energia”, reclama o servidor público Arnaldo Alves Ramos. Ele se queixa não só da queda no fornecimento de energia elétrica por longos períodos, como também dos constantes picos de energia. “A luz apaga e volta. Isso é terrível para causar a queima de televisão, geladeira, qualquer eletrodoméstico. A geladeira do meu filho queimou. Ele foi à Light e eles colocam inúmeras dificuldades para pagar o prejuízo, como pedir que três técnicos atestem o problema”, reclama.
Já nos bairros de Pinheiros, Morro da Vaca, Estiva e Tinguá, o tempo nem precisa fechar para o consumo ser interrompido. Moradores relatam ficar sem luz durante várias vezes ao dia, além da interrupção do serviço ficar por horas sem retorno.
A região cresceu muito nos últimos anos, com pousadas, sítios com hospedagem e restaurantes, deixando os empresários numa situação difícil. Alguns relatam prejuízo em seus negócios, chegando a ficar até mais de 40 horas com o serviço de energia interrompido.
Uma reunião com moradores de Pinheiros e bairros próximos, empresários e representantes da LIGHT foi realizada no dia 14 de maio. Na ocasião, foram expostas as reivindicações e expectativas de possibilidade de melhoria para o fornecimento de energia.
Para o desenvolvimento do turismo e negócios na região, a falta de energia é um dos principais empecilhos, pois todos os serviços de hospedagem dependem de luz. “Para quem é empresário, a salvação é colocar energia solar e geradores, mas e para quem não tem recursos? E quem tem crianças ou idosos em casa, como fica? ”, indaga Maria Fernanda, moradora do Tinguá.
Alguns desses bairros, além de tudo, não são abastecidos com água encanada, e a falta da luz prejudica o abastecimento de muitas residências que necessitam de bomba para o abastecimento das caixas d´água. “Ficamos sem luz e também sem água, a população aqui tem sofrido muito. Até a segurança fica comprometida, num bairro onde não tem serviços básicos”, explica Fernanda Moura, moradora do Morro da Vaca.
Outro serviço afetado pela ineficiência do fornecimento de luz é o de comunicação, já que não há sinal de celular até hoje e os moradores dependem da internet para se comunicarem. “Sem energia elétrica, ficamos incomunicáveis! Não conseguimos chamar nem um serviço de emergência”, diz Débora Leal, moradora de Pinheiros.
Na reunião com a Light foi solicitada a manutenção na rede e apoio e colaboração da Prefeitura Municipal para limpeza de vegetação, que compromete o fornecimento de energia, além de investimentos para um melhor serviço.