Palco do Festival Vale do Café, espaço volta a receber Festival de Teatro após uma década
Uma cerimônia realizada com muita emoção marcou, na sexta-feira, dia 26, a reabertura da Aldeia de Arcozelo. A revitalização se deu a partir de uma parceria entre a Prefeitura e a Funarte. A Prefeitura de Paty do Alferes investiu mais de 7 milhões de reais em recursos próprios na revitalização do espaço, que ficou interditado por 10 anos.
Autoridades , artistas e representantes da sociedade civil participaram da solenidade e puderam conferir de perto as melhorias realizadas no complexo cultural da Aldeia. A Prefeitura revitalizou o teatro Renato Vianna, a Galeria Pancetti, o Bistrô Poema Bar e o Salão de Artes. Além disso, uma nova escola com dez salas de aula foi construída no local e será inaugurada em breve.
A noite começou com apresentações do Festival Vale do Café, com destaque para o Tambores de Aço, de Volta Redonda, e para a homenagem de Sílvio Pontes a Zé da Velha. A noite contou ainda com a solenidade de abertura do 47º Festival de Teatro da Fetaerj, que retorna à Aldeia após uma década. Até 3 de agosto serão 18 apresentações de teatro gratuitas.
Presente à reabertura, o empresário Ronaldo Cezar Coelho, do Instituto Cultural de Vassouras, parabenizou o prefeito Juninho Bernardes pela obra e por compreender a importância da cultura para a consciência da população, destacando a relevância da Aldeia de Arcozelo para a região. Presidente da Fetaerj, Pablo Rodrigues parabenizou o prefeito e o procurador do município Marcelo Mourão por defenderem os interesses dos artistas e amantes da cultura, revitalizando o local. Diretor executivo da Funarte, Marcos Teixeira, enfatizou a importância do acordo entre a Funarte e o município, que permitiu a assinatura do termo de uso e a realização das obras. Ele destacou a responsabilidade da instituição em continuar a revitalização e o uso do espaço. Secretária de Cultura e Economia Solidária do governo Claudio Castro, Danielle Barros afirmou que o estado vai apoiar Paty a manter a Aldeia funcionando.
Emocionado, Juninho Bernardes destacou o esforço feito em sua gestão pela cultura de Paty. “Quando assumi a Prefeitura, me incomodava Paty não estar presente no Vale do Café, apesar de sua importância para a região. Conseguimos valorizar nossa cultura e patrimônio com a restauração do antigo Casarão da Câmara, que hoje é um lindo Memorial que conta a nossa rica história. Fizemos a restauração estrutural da nossa Igreja Matriz e estamos buscando recursos para a restauração interna. Estamos criando o Parque Fazenda Monte Alegre, uma rica fazenda bicentenária que vai oferecer a experiência do café, com visita à sede histórica, trilhas, parque de esculturas, restaurante e formação de mão de obra. E hoje, estamos entregando a Aldeia de volta à população, porque acreditamos no poder e na força da cultura para gerar renda, fortalecer a identidade e fomentar nosso turismo”, finalizou.
A Aldeia de Arcozelo é um lugar onde se respira história. No ciclo do café, era a antiga Fazenda da Freguesia, uma das propriedades do capitão-mor Manoel Francisco Xavier. Foi ali que eclodiu a maior rebelião de escravizados do Rio de Janeiro no século XIX, liderada por Manoel Congo e Mariana Crioula. A Prefeitura, inclusive, vai instalar um museu no local para lembrar a revolta. No século XX, pelas mãos do embaixador Paschoal Carlos Magno, transformou-se na Aldeia de Arcozelo, um complexo cultural que surgiu com o objetivo de ser um centro permanente de realizações artísticas. Um dos nomes de maior relevância na história do teatro nacional, Paschoal, através de seu sonho, construiu o Anfiteatro Itália Fausta, o Teatro Renato Vianna, salas de exposições e oficinas.
