Ídolo do futebol brasileiro, o ex-craque do Flamengo e da Seleção Brasileira foi homenageado pela Alerj com uma medalha e uma placa. Zico ao visitar a exposição que celebra os 75 anos do Maracanã, no Palácio Tiradentes, defendeu a criação de um museu sobre o futebol do Rio de Janeiro
A importância do futebol para a cultura e a identidade nacional do brasileiro pode ser celebrada na criação de um Museu do Futebol do Rio – sugestão dada pelo ídolo do esporte Zico ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), deputado Rodrigo Bacellar (União). Dia 14 de outubro, durante visita à exposição que celebra os 75 anos do Maracanã, no Palácio Tiradentes, promovida pela Alerj, o ex-craque do Flamengo e da Seleção Brasileira destacou a necessidade de manter a memória dos grandes jogadores, times e torcidas do Rio de Janeiro. A ideia foi acolhida por Bacellar, que anunciou a elaboração de uma Indicação Legislativa sobre o tema.
Viajei para muitos países e vi grandes jogadores estrangeiros falarem do sonho de jogar no Maracanã. Nosso futebol é gigante e merece mais reconhecimento. A cultura precisa de um local que seja aberto para toda a população para contar essa parte tão importante da nossa história. Vamos parabenizar e eternizar aqueles que se esforçam para manter a memória do esporte viva”, declarou Zico.
Homenagem ao maior artilheiro do Maracanã
Segundo Bacellar, além da Indicação Legislativa, ele pretende articular com o Governo do Estado uma forma de estruturar o museu. “Esta Casa ouve a voz do povo e um pedido desse é uma ordem”, declarou. Na ocasião, o presidente da Alerj homenageou Zico, maior artilheiro da história do Maracanã, com uma medalha alusiva ao aniversário do estádio e uma placa em homenagem a ex-jogador. “Ele deu muitas alegrias para o nosso povo, que muitas vezes se desconecta dos problemas cotidianos para sentir a emoção que o futebol traz. Com sua conduta exemplar, Zico inspirou valores para muitas gerações”, complementou o parlamentar, que é rubro-negro.
Camisa usada por Zico no seu último jogo pelo Flamengo
A homenagem foi recebida por Zico com emoção e amor pelo esporte e o Flamengo, time em que se consagrou como ídolo eterno. “Eu tinha duas casas, a que morava e o CT do clube. Vivi lá os melhores momentos da minha carreira”, lembrou. Eleito Melhor Jogador do Mundo pela revista World Soccer, em 1983, Zico ressaltou que o futebol sempre foi um farol de conduta e, mesmo no auge, não se deixou mudar pela fama. “Ser referência é muito difícil porque as pessoas te idolatram, mas precisamos saber conviver com isso mantendo os pés no chão e dando o nosso melhor”, comentou.
Zico também lembrou o auge de sua carreira durante a visita à exposição, que conta com um acervo de 437 peças e um módulo dedicado ao ídolo rubro-negro, como a última camisa usada por ele no Flamengo numa partida contra o Fluminense, em 1989. Entre os destaques da mostra estão, ainda, a bola da última partida do lendário Pelé pela Seleção Brasileira, em 1971; uma cadeira perpétua de 1950; a camisa autografada por Garrincha em seu último jogo no Maracanã; bem como peças de outros astros do esporte como Romário, Renato Gaúcho, Neymar e Maradona. Em pouco mais de um mês em cartaz, a exposição já recebeu cerca de 2500 visitantes. Zico contou ter se surpreendido ao ver que o ex-astro da seleção da Holanda, Johan Cruyff, falecido em 2016, jogou no Maracanã: “Eu não sabia que ele tinha atuado no estádio. Muito legal”.
Essas e outras joias da história do futebol estão sendo reunidas por Alex Braga, que fez a curadoria da mostra, desde os oito anos de idade. Com a ajuda de outros colecionadores, ele trouxe ao público peças clássicas, bolas raras, ingressos antigos, camisas autografadas, fotografias marcantes, entre outros itens. “Aqui, até os mais jovens podem ver o tamanho e a importância que o Maracanã tem para o Estado do Rio e o país”, disse.
