A tese “Higiene, Saúde Pública e Epidemias em Vassouras (1855–1941)”, defendida em 10 de outubro de 2025, analisa as transformações urbanas e sanitárias de Vassouras durante o enfrentamento das epidemias do século XIX e início do XX, integrando perspectivas da História Social e da Saúde Pública.
No dia 10 de outubro de 2025, o professor da Univassouras Angelo Ferreira Monteiro defendeu a tese intitulada “Higiene, Saúde Pública e Epidemias em Vassouras (1855–1941)”, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (PPGH/Unisinos), realizado em parceria com a Universidade de Vassouras, por meio do Programa de Cooperação Interinstitucional de Doutorado (PCI/DINTER) em História. A pesquisa foi aprovada com distinção e recebeu indicação para publicação, em razão do ineditismo das fontes e da relevância do tema na interface entre História e Saúde.
Orientada pela Profa. Dra. Maria Cristina Bohn Martins (Unisinos) e coorientada pela Profa. Dra. Irenilda Cavalcanti (Univassouras), a tese investiga as transformações urbanas de Vassouras entre os anos de 1855 e 1941, analisando como as políticas de higiene, saúde pública e saneamento moldaram o espaço urbano em períodos marcados por epidemias, como as de cólera (1855) e febre amarela (1880-1881). O estudo aborda a influência das reformas sanitárias nacionais e internacionais sobre o município, destacando o papel das autoridades locais e instituições como a Junta de Higiene e Saúde Pública, a Santa Casa de Misericórdia de Vassouras, a Fundação Rockefeller e a missão de Belisário Penna.
A banca de defesa foi composta pelas professoras Dra. Eliane Cristina Deckmann Fleck (UFPEL), Dra. Deise Cristina Schell (Unisinos) e pelos professores Dr. Jairo Henrique Rogge (Unisinos) e Dr. Luis Filipe Bantim de Assumpção (Univassouras), sob a presidência da orientadora. O trabalho teve como marco inicial a epidemia de cólera de 1855 e, como desfecho, a inauguração do Hospital Eufrásia Teixeira Leite, em 1941, um símbolo do modernismo vassourense e da consolidação das políticas de saúde pública no município.
Estruturada em quatro capítulos, a tese combina abordagens da História Social, História Urbana e História da Saúde, articulando os conceitos foucaultianos de biopoder, biopolítica e medicina social. O autor analisou fontes inéditas, como os Códigos Sanitários de Vassouras, os Códigos de Posturas, e periódicos locais como O Município, O Vassourense, Jornal de Vassouras e Correio de Vassouras, além de documentos oficiais e relatórios da época. Essa base documental permitiu demonstrar como as políticas sanitárias refletiam os debates científicos e sociais sobre saúde e modernidade no Brasil do século XIX e início do XX.
A Coordenadora Local do PCI/DINTER em História, na Univassouras, Profa. Dra. Cristiane Chaché, destacou a qualidade da pesquisa e a contribuição que o trabalho representa para o fortalecimento da interdisciplinaridade: “A tese do professor Angelo Monteiro mostra como o diálogo entre História e Saúde é fundamental para compreender as transformações urbanas e sociais de Vassouras. É um estudo que valoriza a memória histórica e, ao mesmo tempo, contribui para o entendimento das políticas públicas e das práticas sanitárias no contexto brasileiro”.