A Firjan lança o primeiro Mapa Rio Soft Power, analisando o potencial de influência de 20 municípios fluminenses. O estudo aponta caminhos para transformar cultura e identidade em desenvolvimento econômico
O termo “Soft Power” é muito usado na diplomacia internacional para explicar como países exercem influência através da cultura e valores, “sem usar a força bruta”. Trazendo para o bom “carioquês”, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) decidiu medir o “borogodó” e a capacidade de sedução dos municípios fluminenses. O resultado é o Mapa Rio Soft Power, estudo inédito lançado na última quinta-feira que avalia como a reputação e a identidade local podem alavancar o desenvolvimento econômico.
A pesquisa analisou 20 cidades de Norte a Sul do estado, cruzando dez indicadores que vão desde dados tradicionais, como PIB per capita e IDH, até ativos intangíveis, como densidade criativa, patrimônio histórico e presença de indústrias culturais.
Para Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan, o levantamento oferece um novo olhar sobre a economia do Rio: “É um mapa do Rio, que mostra onde estão forças tangíveis e intangíveis do estado. Entender o soft power é entender como reputação e identidade também geram desenvolvimento socioeconômico”, afirma Caetano.
O Ranking da Influência
O estudo dividiu os municípios em três categorias baseadas na pontuação alcançada.
Soft Power Influente: Niterói (100), Rio de Janeiro (92), Nova Friburgo (88), Petrópolis (84), Teresópolis (84), Angra dos Reis (80) e Campos dos Goytacazes (80).
Soft Power Consolidado: Paraty (76), Vassouras (72), Três Rios (72), Itaguaí (72), Duque de Caxias (72), Paraíba do Sul (64), São João da Barra (60) e Itaperuna (56).
Soft Power Em Desenvolvimento: Nova Iguaçu (48), Santo Antônio de Pádua (48), São Gonçalo (44), Guapimirim (44) e Carmo (40).
Potencial de futuro e dever de casa
Mais do que um ranking, o mapa funciona como um guia estratégico. Julia Zardo, gerente de Ambientes de Inovação da Firjan, destaca que a ideia é transformar o imaterial em valor real.
“Mais que medir PIB, estamos medindo potencial de futuro. Talvez seja isso que o Rio sempre soube fazer melhor: transformar o imaterial em valor, e o valor em influência”, avalia a coordenadora da pesquisa.
O estudo aponta vocações específicas e “deveres de casa” para alavancar cada região. Para a Firjan, Vassouras deve apostar no turismo histórico e nas raízes afro-brasileiras, como o jongo, além de atrair produções audiovisuais:
Vassouras – Eixo História e Patrimônio
- Fortalecer o turismo histórico-cultural, ampliando a integração entre patrimônio, economia criativa e educação.
- Valorizar manifestações afro-brasileiras, como jongo e capoeira, incorporando-as às políticas de patrimônio imaterial.
- Criar roteiros de turismo histórico e audiovisuais, com apoio a produções filmadas na cidade, criando uma Film Commission integrada com os outro municípios do Vale do Café, atraindo produções interessadas em cenários coloniais.
- Ampliar programas de educação patrimonial e residência artística, envolvendo escolas e universidades locais.
- Fomentar negócios criativos ligados ao patrimônio, transformando o legado histórico em motor contemporâneo de desenvolvimento.