00:35 - 27 de julho de 2024.

Um esforço pela memória de Paty do Alferes

Um esforço pela memória de Paty do Alferes

 em Cultura

Apaixonado por Paty e pelo samba, Carlos Celino cria espaço em homenagens à história recente do município

Carlos Augusto Bastos Lisboa é um personagem polivalente da história recente de Paty do Alferes. Foi vereador quando Paty ainda era segundo distrito de Vassouras e se escrevia com I ao invés do Y. Naquela Pati do Alferes pré-emancipação que Carlos Augusto, rebatizado Celino em homenagem ao pai, foi um dos protagonistas do título conquistado pelo Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos de Paty do Alferes no então badalado carnaval de Miguel Pereira, em 1976. Foi ele quem interpretou o samba que garantiu o título e encheu Paty de orgulho.
Sambista, parlamentar, jornalista, Carlos Celino foi um dos líderes do movimento pela emancipação de Paty do Alferes, que só viria no final dos anos 1980. Como secretário de Turismo, criou o Museu do Samba, que acabaria desativado anos depois. Agora, aos 73 anos, Celino resolveu instalar em um imóvel de sua propriedade, no bairro do Goiabal, um Centro de Memórias em homenagem a Paty do Alferes que mora no seu coração.
Estão no Centro de Memórias personalidades de Paty no século XX, como Nacipe Tamer, o fundador da primeira empresa de ônibus patiense; o artista plástico Moacyr Baiano, os professores George Jacob Abdue e Dulce Pinheiro Bernardes, o radialista Paulo Avelar, o mais icônico da história do rádio em Miguel Pereira; a música Luíza Trindade, o carnavalesco João Vicente, o comerciante Hélio Montanha, dono de um bar fundamental para a história do samba patiense, onde nasceu o Raízes do Samba, tesouro da música da cidade, entre outras personalidades da cidade. E do samba, como Martinho da Vila, Paulinho da Viola e o compositor Rui de Carvalho.
Em entrevista à TRIBUNA DO INTERIOR, Carlos Celino lembra que o Centro de Memória, batizado de Museu Dulce Pinheiro Bernardes, é um sonho antigo. “A ideia de criar um museu surgiu quando o Narciso (Narciso Silva Dias, prefeito de Vassouras entre 1983 e 1989) ainda era prefeito. Eu organizava, junto com a Dona Dulce, uma exposição histórica. Por anos, ela guardou esse material. Na estação ferroviária, abandonada na época, montamos uma exposição. Narciso ainda era prefeito. Nos comprometemos ali a fazer um museu em Paty. Guardamos muito material, palestramos em colégios. Mais tarde, secretário de Turismo, organizamos o Museu do Samba. Foi bom. No livro de visitantes, tínhamos mais de 1.200 assinaturas. A TV veio, fez matéria. Mas acabou. Peguei tudo que era meu e levei para a sede do meu jornal. Montei esse material dentro da redação – eu não queria mais jornal. Agora, levei tudo para o Goiabal e organizei esse espaço. Tem muita coisa ainda pra entrar no museu, mas preciso estudar como fazer. Batizamos com o nome de Dona Dulce porque ela é a inspiração. Tem muita coisa já, mas vai se desenvolver (o museu) ainda mais”.
Aos poucos, Celino vai dando forma ao museu, que precisa de mesas, computador e um projetor de imagens, além de voluntários que ajudem na organização dos arquivos. Ele não pede, acredita que aos poucos tudo vai se ajeitando. Mas apoiadores do projeto podem fazer contato pelo whats app, a partir do telefone (24) 98148-0864. O Museu Dulce Pinheiro Bernardes funciona na rua que leva o nome do pai de Celino: Celino Lisboa, 118, loja 2, Goiabal. Quem ama Paty e sua história não deve deixar de visitar.

Comentários

4 respostas

  1. Amo a preservação da história dos municipios .Uma pena que os prefeitos não pensam assim. Aqui em Miguel Pereira a cidade está ficando irreconhecível, os museus também foram desativados.

  2. Sou Eternamente GRATO aos meus amigos do Jornal Tribuna do Interior, especialmente ao MARLOS FRANÇA, meu Padrinho no Jornalismo, e o Tricolor João Henrique e a toda equipe de jornalismo.
    Quanto ao MUSEU trata-se de um cantinho da História, onde qualquer um pode expor suas imagens de familia, historias de futebol, de politica e o que quiser, pois importante será enriquecer o Acervo histórico de PATY, além de curtir as nossas “Rodas de Samba aos sabados, durante a semana terá espaço para um bom café da tarde ou um cerva geladinho para Molhar a palavra, enfim é tudo que PATY precisa a partir de 2022.

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