O artista se apresenta ao lado da artista Tuca Mei com repertório especial no Centro Cultural Cazuza, na próxima sexta-feira (3), às 19h
O Centro Cultural Cazuza abre as portas e o palco para um espetáculo intimista com os artistas Lemuriano e Tuca Mei, na próxima sexta-feira (3), às 19h. Em formato voz e violão, o duo promete uma noite de celebração à poesia e à música, mesclando composições próprias com clássicos de Cazuza. O evento é gratuito.
A relação dos artistas com a obra do poeta do rock é marcada por afeto e inspiração. “Gosto muito de várias canções do Cazuza… penso que ele era sobretudo um grande poeta, coisa rara no rock brasileiro”, afirma Lemuriano. Já Tuca Mei relembra a infância embalada pelas canções do artista. “Me encanta como ele sabia transmitir em suas composições o seu eu mais visceral. Muito potente perceber que suas músicas permanecem relevantes até hoje… são atemporais”, completa a artista.
No repertório estão alguns dos maiores sucessos do ícone carioca. “Ideologia foi a primeira canção que me conectei e por honra a esse encontro eu a coloco como favorita até hoje”, conta Lemuriano, mas destaca a canção “Codinome Beija-flor” como presença certa. Para Tuca, não há dúvidas de que “Preciso dizer que te amo”, “Tempo não para” e “Exagerado” são essenciais no show.
O público poderá ainda conferir músicas autorais dos dois artistas, além de parcerias inéditas. “Esse show conta com muitas músicas autorais, tanto minhas quanto da Tuca Mei, e duas parcerias nossas que vamos trazer em primeira mão”. A sintonia entre o duo se reflete também na relação com o público de Vassouras. “A cidade me encantou. O público foi muito receptivo e carinhoso. Estou muito animada”, revela Tuca. Para Lemuriano, o retorno à cidade terá um sabor ainda diferente que das últimas vezes. “Agora, estamos cantando nesse lugar sagrado que é o Centro Cultural dele. Sei que será ainda mais especial”, finaliza o artista.
SOBRE LEMURIANO
Lemuriano é o nome artístico de Gabriel de Araújo Machado, artista carioca que transformou uma inquietação poética em expressão musical. Inspirado pelo mito da civilização perdida de Lemúria — que descreve seres simples, artísticos e de “alta tecnologia espiritual” —, ele encontrou nesse universo simbólico uma lente para enxergar o mundo e criar. Acreditando nesta cultura como quem se encanta por “Macunaíma” ou “O Pequeno Príncipe”, Gabriel adotou o nome Lemuriano não como uma verdade literal, mas como um impulso criativo. Foi a partir desse contato que seus poemas, antes premiados em festivais escolares, começaram a se transformar em canções.
A música chegou pela literatura e o violão pelo desejo de ampliar a voz dos versos. Em 2014, aos 15 anos, ingressou na Escola Portátil de Música, influenciado pelo tio-avô Hermínio Bello de Carvalho — importante nome da cultura brasileira, com quem viria a dividir a casa e, futuramente, composições. Lemuriano cursou Letras, guiado pela convicção de que discos são obras literárias tanto quanto musicais. Hoje, já tem nove canções disponíveis nas plataformas digitais — incluindo versões voz e violão lançadas durante a pandemia — e prepara novas versões com banda.
Com shows marcantes no Rio de Janeiro, Lemuriano estreou em 2022 no histórico Teatro Cândido Mendes, com casa cheia e fila do lado de fora. Desde então, passou por palcos importantes como o Teatro Cesgranrio, onde reuniu 200 pessoas em plena noite de Rock in Rio, e o SESC Rosinha de Valença, onde foi acolhido com entusiasmo pelo público local. Suas principais referências vão de Keane a Txarango, passando por Gonzaguinha, Teatro Mágico e Pixinguinha. Seu som mistura MPB, rock e choro, com letras cuidadas e atmosferas que criam verdadeiras paisagens sonoras — tão literárias quanto musicais.
Fotos: Roberto Boavista