15:23 - 10 de dezembro de 2024.

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Líder sindical dos ferroviários nos anos 1980 e 90, Juarez Porto morre vítima do diabetes: ex-dirigente da CUT não resistiu após 100 dias de internação na UTI do HUV

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Ex-dirigente da CUT não resistiu após 100 dias de internação na UTI do HUV Barra do Piraí no final dos anos 1980, Juarez Gilberto Porto morreu aos 74 anos, após 100 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitário de Vassouras. Juarez foi sepultado na terça, 18 de abril, no Cemitério Santa Rosa, em Barra do Piraí.
Barrense, o jovem Juarez se formou soldador na escola profissionalizante da Rede Ferroviária Federal em 1968. Trabalhou na fábrica de tecido de Vassouras, onde conheceu Regina Lucia Alves Porto, que viria a ser a sua esposa. O casamento aconteceu em 1973, quando trabalhava na Companhia Siderúrgica Nacional. Ingressou na Rede Ferroviária Federal em 1978.
O ingresso no movimento sindical se deu através do MUF (Movimento Unificado dos Ferroviários), oposição sindical liderada pelo ex-dirigente sindical e ex-deputado federal Carlos Santana. Uma das maiores vítimas da violência da ditadura civil-militar instaurada com o golpe de 1964, o movimento operário buscava sua reorganização. A ditadura prendeu, torturo e matou lideranças sindicais, atrelando-os ao estado brasileiro. Nos anos 1980 diversas categorias espalhadas pelo país buscaram uma nova organização, como os metalúrgicos do ABC, os bancários do Rio Grande do Sul e os ferroviários do Rio de Janeiro. A palavra de ordem era romper com o peleguismo e criar uma central sindical. Deste movimento nasceria a Central Única dos Trabalhadores, a CUT, da qual Juarez foi dirigente no Sul Fluminense. Ele também presidiu o Diretório Municipal do PT em Barra do Piraí. Era ele o presidente em uma das visitas do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva à cidade, em 1988.
Aposentado, chegou a morar no Espírito Santo. Voltou a Barra do Piraí e se estabeleceu em Ipiabas. A importância de Juarez no movimento sindical nunca foi esquecida. Recentemente, participou do documentário Entroncamentos, produzido pela Quiprocó Filmes para abordar a memória dos ferroviários em Barra do Piraí e região. Nos últimos anos de vida foi atormentado com problemas decorrentes do diabetes. Morreu após lutar muito, na UTI do Hospital Universitário de Vassouras. Deixa os filhos Gilberto e Gabriela Alves Porto e três netos, duas meninas de Gil e um menino de Gabi.
A morte consternou a militância operária da região. Nas redes sociais, militantes de diversas cidades e categorias homenagearam o líder ferroviário. Uma charge produzida pelo amigo Cacinho, cartunista hoje radicado em Juiz de Fora, da Zona da Mata Mineira, foi presença em cada uma das homenagens. Uma sobrinha acabou imprimindo e depositando a obra de arte no caixão em que Juarez foi sepultado, no Cemitério Santa Rosa.
A combatividade, o pensamento rápido e o humor ácido de Juarez Gilberto Porto farão falta ao movimento no Sul Fluminense.

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