10:03 - 27 de julho de 2024.

Estudante de Engenharia que inspirou campanha de d...

Estudante de Engenharia que inspirou campanha de doação de medula morre após transplante

Morte de Luiz Filipe, o Rochinha, aos 26 anos, gera tristeza e comoção na internet

Luiz Filipe Rocha da Silva, o estudante de Engenharia Civil que inspirou uma mobilização na região por doação de medula óssea não resistiu e morreu após sofrer um infarto na madrugada do sábado, dia 28 de agosto, aos 26 anos, no Hospital da Unimed, em Volta Redonda. Filipe seguia internado quinze dias após a transfusão de medula óssea a que fora submetido naquele hospital. A Universidade de Vassouras publicou nota de pesar pela morte do estudante, que colaria grau ainda este semestre. Time do coração de Filipe, o Fluminense fez um minuto de silêncio antes da partida contra o Bahia, pelo Campeonato Brasileiro, na noite da segunda-feira, dia 30.

A notícia de que Luiz Filipe, destaque das equipes de futebol e futsal das Engenharias da Universidade de Vassouras, tinha um linfoma e por isso dependia de uma transfusão de medula óssea, mobilizou Mendes, onde morava, e Vassouras, onde colecionou amigos a partir do curso de Engenharia Civil. Jovem, bonito e comunicativo, Filipe encantava e espalhava bom astral. Os amigos de faculdade, que já haviam sofrido a perda de um colega por câncer, Luiz Felipe Nogueira Vieira, o Felipão, capitanearam uma campanha para que moradores da região fossem até o INCA, no Rio, testar a compatibilidade. Em julho, a Universidade de Vassouras chegou a enviar um ônibus com possível doares ao INCA para tentar encontrar alguém compatível. O transplante aconteceu em 13 de agosto, em Volta Redonda.

Para o presidente da Associação Atlética das Engenharias da Universidade de Vassouras, João Marcos de Castro
Saldanha da Silva, 24 anos, Filipe era “diferente”. “No primeiro jogo de futsal que vi já como estudante de Engenharia, notei logo que ele era um cara diferente. Sempre rodeado por pessoas, muito querido. E grande artilheiro, diga-se de passagem”, lembra. Ele destaca o jeito amigo de Rochinha. “Era incapaz de entrar em alguma confusão. Por maior que fosse o problema, tudo se resumia em ‘senta aqui, vou pedir uma pizza e a gente resenha’”. Ele lembra o drama que o grupo teve de conviver com dois amigos atingidos pelo câncer. “Em 2020 soubemos que dois de nossos grandes atletas receberam o diagnóstico de câncer. Felipão lutou arduamente, sem murmurar, com uma fé inabalável. Deus lhe concedeu o descanso em novembro do ano passado. O Rocha seguia com seu tratamento árduo e duro. Estávamos todos esperançoso, mandando mensagens todos os dias para termos notícias de seu progresso, até que chegou a notícia da necessidade de dois transplantes de medula. Ele não nos deixou murmurar por ele, o sorriso tomava conta daquele rosto o tempo todo”.

Luize Nunes Dantas está nos últimos períodos de Engenharia de Produção. Fez algumas matérias com Filipe e, na Atlética, é muito próxima a ele. Se identificavam muito por conta do amor ao Fluminense Football Club. Ela tenta falar sobre a lacuna que fica com a partida do amigo. “É difícil falar sobre o Filipe. Todas as pessoas que cruzaram pela vida dele hoje vão entender o que eu quero dizer, pois ele é muito mais do que qualquer descrição. O coração mais puro que conheci. Uma humildade, um carinho pelo próximo e, principalmente, uma fé inacreditável. Por muitas vezes a gente tentava passar esperança para ele e, para a nossa surpresa, a esperança vinha dobrada. Ele transbordava vida”.

Para Izadora Coe, recém-formada em Engenharia Civil, a sociedade perdeu um “menino brilhante”. “Uma pena quem não pôde conhecer esse rapaz de 26 anos, prestes a se formar Engenheiro Civil, jogador de futebol e torcedor do Fluminense. Esse ser humano foi um menino muito forte e brilhante. Sempre muito alegre e positivo contagiava todos ao seu redor e com uma simpatia, humildade e sorriso no rosto sempre conquistou todos por onde passou. Não havia uma pessoa que não gostasse dele”. A colega de faculdade, uma das lideranças da campanha de doação de medula, afirma que ele foi, acima de tudo, um forte. “Nunca desistiu, nunca fraquejou. Sempre nos fez acreditar e ter certeza de sua vitória. Nunca conheci uma pessoa com um astral como o dele”.

A notícia da morte do estudante ganhou a internet no sábado. Ele foi homenageado pela Atlética da Engenharia, pela torcida do Fluminense em Mendes, a FluMendes e citado por muitos internautas em Mendes e Vassouras. Amigos lembravam sempre a força do sorriso, a simpatia e o astral, além da resiliência para enfrentar a doença. Filipe foi velado na Igreja Batista de Mendes e sepultado no Cemitério Municipal de Mendes no sábado, 28.

Comentários

Uma resposta

  1. Nosso Lipe como carinhosamente chamava ,está nos braços do Deus Altíssimo. Deus não queria perde_ ló nunca e levou ele ,pois ele era especial demais, bondoso demais, puro demais para ficar nesse Mundo ingrato que vivemos. Foi brilhar no céu. Te amo para sempre. Te encontrei com vc no Céu.

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