05:44 - 27 de julho de 2024.

Dia Internacional da Mulher

Dia Internacional da Mulher

 em Cultura

Neste 8 de Março, a TRIBUNA DO INTERIOR escalou um time de mulheres que fizeram e fazem história na Cidade. São onze mulheres que, com garra e coragem, representam milhares de vassourenses que ajudam a construir, no dia-a-dia, uma cidade e um mundo melhor. A partir destas mulheres é que homenageamos a cada uma das vassourenses.

Eufrásia Teixeira Leite: nascida em Vassouras em 1850, Eufrásia sempre foi uma mulher à frente do seu tempo. Já rentabilizava seu capital antes até da bolsa brasileira nascer (foi a primeira investidora brasileira reconhecida pela ONU). Quatro anos antes da Lei Áurea, alforriou os escravos que herdou de família. Sem filhos, sobrinhos ou herdeiros próximos, destinou sua fortuna avaliada em 37 milhões de réis para instituições educacionais e de caridade da cidade. Morreu em 1930.

Isabel Rocha: natural de Barra do Piraí, a arquiteta implantou e atuou no escritório-técnico do IPHAN no Médio Vale do Paraíba, localizado em Vassouras, entre 1984 e 2019. Enfrentou a estranheza e má vontade do poder público local com sua chegada e o machismo de uma cidade pouco acostumada a uma mulher no poder. Sua força foi fundamental para manter de pé o patrimônio histórico tombado em 1958.

Lielza Lemos Machado: ícone da educação vassourense. Historiadora, fundadora da Academia de Letras de Vassouras, membro sempre atuante do Instituto Histórico e Geográfico, dona Lielza nasceu em Miracema, cidade do norte fluminense, mas veio ainda menina para cá. Autora de dezenas de livros, foi professora de gerações de vassourenses e com nove décadas de vida, contribui ativamente com a história e cultura da cidade.

Dona Angelina: benzedeira e ícone religiosa vassourense. Não havia um só dia em que não se formavam filas em sua porta de pessoas para serem benzidas por suas mãos. Recebia igualmente pobres, ricos, famílias abastadas e periféricas, todos sem distinção. Morreu aos 98 anos, em 2020.

Terezinha Hettenhausen: maratonista, a vassourense Terezinha há mais de 3 décadas leva o nome de Vassouras por todo o Brasil, sendo medalhista em campeonatos estaduais, nacionais e internacionais, além de participar de diversas provas importantes, como Corrida de São Silvestre. Hoje, além dos treinos de atleta, Terezinha cursa Educação Física na Univassouras.

Andreia Alves Silva. Turismóloga, guia de turismo, pós-graduada em História da África, Indígena e Afro-brasileira, além de gestora cultura, Andreia PIT é conhecida por sua interpretação de Marianna Crioula. Com grande carisma, é ícone do turismo vassourense.

Irmã Nazareth: referência no Colégio dos Santos Anjos, Irmã Nazareth dirigiu a unidade Vassouras em dois longos períodos. Historiadora, chegou a Vassouras pela primeira vez em 1968. Começou a lecionar naquele ano, dando aulas até 1973. Entre 1978 e 1985, Nazareth dirigiu o colégio. Voltaria ao cargo em 1994, se mantendo até 2002. Além de educadora, conduziu a grande reforma e reestruturação do prédio que abriga o mais tradicional colégio da cidade. Faleceu em janeiro deste ano, aos 88 anos.

Ivone Mayr Guedes Pinto: ex parlamentar, Ivone foi vereadora de Vassouras por 2 mandatos, entre 1977 e 1982 e de 1983 a 1988. Além de ser uma das poucas mulheres de Vassouras a ter realizado tal feito, durante seus mandatos foi uma legisladora combativa, numa casa majoritariamente masculina. Figura presente em todos os carnavais de Vassouras, Ivone é sinônimo da vanguarda feminina vassourense.

 

Marianna Crioula: heroína do Brasil, liderou a maior insurreição de escravizados do Rio de Janeiro, libertando cerca de 400 outros escravizados em nossa região do Vale do Café. Tem, assim como a maioria dos escravizados, uma história pouco registrada, mas se sabe que foi uma exímia costureira e que tinha a confiança da família dos seus senhores para trabalhar na casa grande em serviços domésticos como mucama.

Terezinha Salvador Nunes: doutora Terezinha, mais conhecida como a “médica dos pobres”, conquistou essa alcunha por seu trabalho incansável pelas mulheres vassourenses. Ginecologista e obstetra, natural de Barra Mansa, trouxe ao mundo centenas de crianças de Vassouras e região. Devido ao grande carisma, praticamente uma unanimidade no coração dos moradores, foi vereadora na Câmara de Vassouras, vice-prefeita por dois mandatos e ainda disputou uma eleição para prefeita, perdendo para Severino Dias. Durante a pandemia do Covid-19, toda a cidade foi mobilizada em correntes de oração para que a médica se recuperasse da doença. Atua até hoje no Hospital Universitário de Vassouras.

Célia de Fátima Pinheiro Moreira. Mais conhecida como Célia do PIM, a administradora conduz com mãos de ferro o maior programa cultural de Vassouras, o Programa Integração pela Música, que oferece aulas de diversos instrumentos a alunos provenientes de famílias de baixa renda de Vassouras e região. Mais de 800 crianças já passaram pelo PIM, reconhecido pela Unesco e pelo Ministério da Cultura, que o identificou como Ponto de Cultura, fortalecendo tradições e a identidade regional.

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