13:45 - 3 de maio de 2025.

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Empresário Leo Santos diz que ajuste na faixa do Imposto de Renda precisa ser acompanhada de outras medidas

O projeto de Lei da reforma do Imposto de Renda (IR), que prevê isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, além de uma taxação mínima sobre pessoas de alta renda, assinado esta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, precisa vir acompanhado de outras medidas para fomentar a economia brasileira. A opinião é do empresário e diretor financeiro da CDL Barra Mansa, Leo Santos.

-O ajuste na faixa de isenção do Imposto de Renda deve gerar um alívio momentâneo para os contribuintes de baixa renda, mas não é o suficiente para reduzir a pesada carga tributária no Brasil e incentivar o crescimento econômico. A proposta, embora positiva, é insuficiente diante dos desafios enfrentados pelo comércio e pela indústria. A defasagem na tabela do IR já é uma preocupação há anos. Com a inflação corroendo os rendimentos da população e os reajustes salariais forçando mais trabalhadores para faixas de tributação mais altas, a atualização da isenção era uma questão de justiça fiscal. No entanto, o aumento da faixa de isenção, que ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional e só passa a valer a partir de 2026, ainda não compensa a perda do poder de compra acumulada ao longo do tempo, nem alivia o peso da carga tributária sobre quem gera empregos e movimenta a economia – pontuou Leo.

Enquanto os impostos sobre o consumo seguem elevados, impactando diretamente os custos operacionais das empresas e o preço final para o consumidor, a carga tributária sobre o setor produtivo continua sendo um entrave para o desenvolvimento do país.

Leo ressaltou ainda que a alta tributação é um fator que limita investimentos, dificulta a contratação de novos funcionários e reduz a competitividade. “A decisão do governo de elevar a faixa de isenção pode gerar um pequeno aumento na circulação de dinheiro, mas isso não resolve o custo Brasil, composto por tributos elevados, burocracia excessiva e infraestrutura deficiente. Além disso, o impacto da medida na inflação será limitado se não houver uma revisão mais ampla da tributação sobre produtos essenciais, como os alimentos da cesta básica. Hoje, tributos como ICMS, PIS e Cofins incidem sobre a produção, o transporte e a comercialização, elevando os preços e reduzindo o poder de compra da população. Isso afeta o consumidor final e também os comerciantes, que enfrentam um cenário de vendas reprimidas e margens de lucro reduzidas”, disse.

CAMINHO PARA O CRESCIMENTO

Leo Santos defende uma reforma tributária ampla e estrutural. Para ele, o Brasil precisa de um sistema mais simples, transparente e justo, que reduza a carga sobre a produção e o consumo, incentivando a geração de empregos e o crescimento sustentável.
-A desoneração da cesta básica, a redução de tributos sobre a cadeia produtiva e a simplificação das obrigações fiscais são medidas urgentes para aliviar a inflação e impulsionar a economia de forma real e duradoura. Sem isso, mudanças como o reajuste da faixa de isenção do IR continuarão sendo apenas paliativos em um sistema que, há décadas, sobrecarrega quem produz e consome no país – concluiu.

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